sábado, enero 01, 2011

POETRY

Por aqui a gente começa o primeiro dia do ano relendo a primeira lição do Calvino na ocasião do convite para fazer as Charles Eliot Lectures em Harvard.

Foi muito mal, minha gente, primeiro dia de ano lendo conferência de Harvard é phoda, mas é que hoje muita coisa acontece: o adenovírus faz carinha triste de despedida, eu começo a ficar feliz de novo, vejo muita novidade na pista e, como vocês sabem, para dançar créu tem que ter a maior disposição.

Então, como eu ia dizendo, as Charles Eliot do Calvino são tão bonitas e tão coloridas que a gente tem vontade de gritar para todo mundo ouvir e, como a maioria das pessoas se interessam pelo tema – gente, isso é obviamente um deboche, ok? –, resolvi escrever sobre o que ele diz do mito da Medusa e do Perseu.

Lá vai: o Perseu, minha gente, representa a fragilidade, mas também a sagacidade. Ninguém, absolutamente ninguém, naquela paróquia vencia a mulher do olhar petrificante. Dona Medusa era cruel. Perseu, que tinha os pés alados e andava sob o ar e as nuvens, venceu, através de uma mediação especular, o diabo da mulher do olhar duro.
É só isso e é tudo isso.

Gente, o negócio aqui é tão importante que eu poderia falar horas sobre, mas Calvino diz lá que não é pra ficar fazendo superinterpretação de mito (ouviram psicanalistas do mundo inteiro???). Tem que ser sutil. Cês tem muito que ler isso. Quem escreve, tem que ler.

É um homem frágil vencendo uma mulher forte. É o ar vencendo a pedra. A leveza vencendo o peso. Isso não é qualquer coisa pros dias de hoje, meu povo. Isso é incrível e precisa ser entendido demais. Isso, “galhere”, dá pausa pra respirar e seguir adiante.

Ficamos assim então – tomem nota: a palavrinha mágica em 1 do 1 de 2011 é LEVEZA!

Não se esqueçam. É sério. É importante. Vai fazer muita gente viver, se prestar atenção, visse?

Fui.

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