A moça, destinada a cuidar da casa, lava parte de minha história: é uma camisola de renda preta que usei para seduzir no mesmo dia dois amores, três com você que agora me lê.
Querem saber como faço para ganhar a vida, assim tão enlutada.
Ainda aprendo, um dia, talvez, a me separar do que é bom.
Te amei sem te saber completamente, Il.
E nunca mais é tanto tempo. Nunca mais passa por aqui lento.
Nunca mais é você de novo passando.
Quero te escrever tão bem a fim de não te encontrar à maneira mais bonita.
Estou vestida de coragem.
Uso na perna esquerda uma fita
das várias que você me deu.
Estou ponderando se quero me cobrir com essa camisola de renda preta,
agora limpa e lida.
Estou des-cobrindo você, coração,
que não deve ser gritante,
mas discreto-elegante
e, por dentro, explodir veloz
consumir meu mal-estar
sem nem me dar tempo de imaginar
qualquer besteira
acerca do que explode em mim.
Sou fatalmente crua, natural
e o homem, eu sei,
precisa das tais rendas:
me ensina a namorar.
Eu te ensino desse tempo de dentro
Nadas agora crescendo
em mim.
Nunca mais, Il, é um tempo que não passa
nunca.
2 comentarios:
Nunca mais é o centro da cidade enregelada. É o espaço que cabe entre uma rusga e um sorriso. Fuso horário projetado pela noite profunda sobre o abismo da ausência.
nunca mais é o tempo que não temos coragem
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