Estou fazendo hora, Il, pra ver o que acontece. Cansei de tentar o jeito goela a baixo. O tempo é um menino pirracento, vezes flerta comigo. A barra do vestido que meus olhos acompanham agora estão mais perto do meu campo de visão. Eu cresci ou minha roupa encolheu? Me demoro com essas perguntas pra ganhar um pouco de serenidade.
Outro dia, Val teve aqui na cidade, mas não quis me ver. Deu uma desculpa qualquer. Eu nem liguei porque ela é bicho do mato. Só por isso tem o meu perdão, mas você conhece a elegância e o bom trato. Você não tem desculpa. Ou talvez eu possa te perdoar do seu excesso de tato. Cobra criada. Só não sabe muito bem o tempo de perder, por isso vive perdendo no lugar errado. Nesse ponto eu até me apiedo de você. Tenho pra mim que em breve serei canonizada por isso, o que seria ótimo porque os protestantes não cultuam imagens. É um jeito de me blindar e te blindar de mim ao mesmo tempo. É o meu jeito de te ensinar a perder e me perder de você. Pra sempre. Definitivamente. Errar por aí. Satisfeita da santidade, esquecida das causas, em paz com os mistérios de Deus.
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