
Da janela de meu quarto vejo outras janelas, mas uma em especial é a que eu mais gosto de olhar. Eu poderia dizer que é inevitável afinal é a janela que está diretamente alinhada com a janela do meu quarto, mas seria uma grande mentira. Eu olho para aquela janela porque é bom olhar. É a janela de um casal recém-casado. Dois anos, talvez. A sala, que não tinha quase nada, de um tempo para cá vem sendo incorporada com móveis, tapete, estante e que luxo: uma super televisão. O casal, as vezes briga e dá para escutar que é briga de qualquer casal. Depois eles parecem fazer as pazes. Daí tem varanda e cervejinha. Às vezes dominó. O que acontece mesmo lá dentro eu gosto de imaginar como se fosse comigo. Mas é verdade que não teria a menor graça se fosse só eu. Eu só não teria mesmo nenhuma graça. E eu que já tinha desistido dessa idéia, tenho tido, confesso, uma vontade. Uma vontade de começar alguma coisa nova que eu ainda não sei muito bem o que é. E não mais sozinha. Mas enquanto não descubro, ando me divertindo nessa idéia de voyer.
3 comentarios:
A história de um Voyer é sempre estaxiante... Chapa os olhos e deixa moucos os ouvidos.... Mas, a saber: existe sempre uma janela.. sempre uma janela que revela aquilo que mais nos desmascara... e ao mesmo tempo nos permite estar em espaços que não nos pertencem, mesmo quando nos preenchem....
Seja como aquele que vê a tabacaria... do outro lado da rua... Examine tudo "afundo"
bjs querida
Mari
ai mari
eu amo o da tabacaria, linda!
boa lembrança.
bjo
po, fiquei curioso de ver!! hahaha!
Publicar un comentario