miércoles, diciembre 07, 2005

O despertar da menina...

Revirando coisas velhas. Tenho me refugiado nas cartas, Antônio. Nas antigas e nas novas. Nas de papel e nas eletrônicas. E imagine só você que eu iria dizer elétricas, porque assim eram as suas letras endereçadas à mim. Elétricas. Não sei o que pensar, Antônio. Talvez a vida tenha extrapolado os meus limites mais rijos. Alucino outra mulher. E a idéia de Luciana pode ser tão devastadora que me arqueio no vento para formatar qualquer outra forma que não a dessa mulher. Mas é inevitável, querido: Luciana sempre retorna e já não sei quem responde por mim. Quero arejar, Antônio. Quero um pouco de leveza. Mas não muito, só um pouco e já me basto de pedidos. Antônio, sua letra era tão necessária. A falta dela quase me enloqueceu uma vez. O que posso fazer, querido, se já posso descartá-la com alguma segurança? Era a idéia que me matava. A idéia do amor perfeito, Antônio. E se hoje sou olhada com algum adereço outro devo isso tão somente à sua partida. Mas atenta, querido, que não é de morte o que lhe falo, mas sim de uma partida ou se você preferir aponto minhas lentes para a possibilidade do retorno. Quero buscar, Antônio. E te digo que a clareza da minha busca ainda não é pronta. Revirando papéis velhos, Antônio. E revirando a sua letra, vou também me revirando. Persevere no seu caminho e nunca mais, nem de longe, deseje, no seu egoísmo, a minha solidão.

Sofia Dufour.

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