sábado, septiembre 08, 2007

Da medida estilhaçada.

À Carla Carion:
estilhaça a tua própria medida (HH).

Dizem que o olhar do amor é aquele que une, que dá corpo e vida. Bom mesmo é quando esse olhar é interno, da gente para a gente. Aquela história do vestido, do brinco e da fivela. Existiu, certa vez, a história de escrever um texto sobre o trabalho que fazíamos num determinado local para os funcionários com quem trabalhávamos e depois ampliar esses textos para o público externo. Uma amiga, preocupada com a apresentação de seu texto na jornada externa, me disse: na interna tudo bem eu apresento, mas na externa...Então fiquei pensando que a jornada era sempre interna. Assim como o amor. Poder estilhaçar o externo estando muito inteira internamente e poder estilhaçar o externo estando muito estilhaçada internamente. Poder existir internamente e perceber que a medida é sempre minha, endereçada à outro, sim, mas minha. Entender, finalmente, que o olhar do outro é o olhar que inventei para mim, de onde eu gostaria de ser vista. "Ele me olhou com um jeito de não sei o quê". Pura imaginação de amor. Iludindo correspondências se provoca alguns encontros. Iniciais, primeiros, míticos. Agora eu quero a labuta de viver o "jamais me olhas lá de onde eu te vejo" e ainda assim amar de verdade. Madureza de amor.

2 comentarios:

Árida dijo...

precisava de um palavrão bem rude pra elogiar seu texto.

mas me contive com um "maravilhoso".

porra.

Rebeca dijo...

Madureza de amor. Ah, eu amo imatura mesmo: que nem menininha que balança o vestido e a fita pros pais dizerem "-tá bonita!"...

Mas no fundo eu sei, eu sou uma tola que, na verdade, sabe.