viernes, febrero 01, 2008

começando do começo

Temo que preciso esclarecer o meu distanciamento das coisas que mais me interessam. Eu digo coisas porque, sem querer, o céu ficou nublado e choveu muito e eu senti falta de estar mais próxima do meu sentimento - se é que existe mesmo essa unidade vital. Peço desculpas, Luciana. Mas também sei que nem sempre é possível estar assim, em sintonia, o tempo inteiro. Mas é preciso buscar sempre. É preciso? "Toda busca é da ordem do equívoco" - ele me disse uma vez e eu estava muito nervosa, na ocasião, pois tinha acabado de expor, de me expor. É difícil, você sabe...escutar isso dele é sempre muito difícil e retorna sempre, sempre. Mas, Luciana, eu também queria dizer que você não deve se desculpar dessa sua escrita delirante, já não existe mais culpa, só equívoco. Falas invasoras, sons e cheiros. Medos invasores. Existe invasão? Ou só desejo de invasão? Quero meu chinês de volta - avisei, meio que pedindo. Ele, agora era ela, disse que não nem tudo. Não, nem tudo, ecoando em minha cabeça, pensamento sem nome, vastidão de idéias. Quero ter traço bem marcado, batom vermelho e cabelo preto, pra conhecer bem o meu limite, pra saber bem onde tudo começa e termina. O nome disso é angústia - ele falou. Ele falou? Não sei mais. Tornar uma coisa só, verter o caminho que vai, sub verter essa tristeza egoísta. Eis mais um caminho de ida. Mais uma lista. Mais uma ordem que preciso inventar para mim. Para mim, para mim, para mim. Existe um desejo de entender e entender é se afastar para ler. Existe um desejo de sair de mim. Para lá, para lá, para lá qualquer coisa.

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