miércoles, julio 23, 2008

s.o.s solidão ???

Outro dia eu estava a ler uma notícia, que só não digo o meio de veiculação porque quero preservar a identidade daquele que escrevia. E também, devo confessar, por se tratar, não exatamente de um inimigo, mas talvez um desafeto, um causador de... um causa dor já diz muita coisa. Vai se chamar Juquinha. Eu jamais procuraria a notícia do Juquinha para ler. Vocês podem não acreditar, mas ela chegou à mim de maneira totalmente ocasional, isso se eu acreditasse em acaso.

O Juquinha falava, afinal, sobre a erupção dos blogs numa tonalidade superegóica e aqui, eu posso descascar o Juquinha porque não o identifiquei, como vocês podem observar. E eu até entendo um pouco esse Juquinha, pois muitos blogueiros se autorizam escritores e isso seria uma injustiça com os escritores autorizados [pensei em dizer escritores verdadeiros, mas essa palavra – verdadeira - me soa tão superegóica quanto o Juquinha, assim, mes amis, lhes digo autorizados por força da expressão, como dizem].

um. Para escrever precisa ler muito, né, Juquinha? Eu concordo profundamente com você. dois. Nem todo o escrito é arte, naturalmente. três. sabiá no sertão quando canta me comove, passa três meses cantando e sem cantar passa nove, porque tem a obrigação de só cantar quando chove [foi mal, gente, essa escapuliu, mas não foi, de longe, sem querer querendo] . quatro. nem todo blogueiro é escritor. cinco. etc... etc...etc... seis. Nem todo blogueiro tem a pretensão de ser escritor, o blogueiro faz o blog pra comunicar, certamente, e mesmo sendo acometido de solidão isso também ele comunica, ou seja, Juquinha, o que quero dizer nesse ponto sexto é que não é exatamente o interlocutor que está em jogo, mas a possibilidade dele, sua ficcionalidade, entende, Juquinha ? Imaginaire, Imaginaire...isso serve para alguma coisa, não existe porque é bonitinho apenas, tipo você, né, Juquinha?

Enfim, ninguém deu conta do blogueiro, tudo se passa num julgamento banal: ou insultam (se se julgam "literalmente" superiores – olha você aqui, Juquinha) ou elogiam (se são seus amiguinhos). O que me intriga é o povo que fica repetindo da crise da literatura, da queda da função simbólica, da precariedade da palavra na atualidade e tem um monte, um punhado e mais um pouco de gente querendo dizer alguma coisa. E tem alguém na linha. E tem alguém no ar.

Vive-se a nostalgia do leitor perdido e me parece que não é mais de leitor que se trata ou, eu diria, temos um outro leitor que não é aquele idealizado pelo Juquinha.
Cuidado, Juquinha, para não deixar a sombra do objeto perdido recair sobre sua certeza a respeito do que seja um leitor. Cuidado, Juquinha, para não trupicar junto.

Eu devia era parar de avisar dessas coisas pro Juquinha e deixar que ele vomite em seu jornaleco a crítica da crítica e continuar apreciando uma maravilha que vem vindo logo ali, depois da curva perigosa, como diriam, eu sei que existe uma coisa bem mais nova e menos triste.
Oooooops, falei.

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