Minha supervisora diz coisas e nem sabe o que diz. Os casos por mim narrados, eu sei, são as minhas ficções. Cedo entendi que quem contar uma boa história ganhará o argumento, mas nunca tinha conseguido formular assim. Parece macumba, magia, tarô. É bizarro.
Ela devolve alguma coisa sobre o erotismo ser a única forma de barrar o excesso, fala sobre um olhar que enquadra. Fala isso logo pra mim assim como quem levanta pra pegar um copo de água e já volta. Meus olhos viram mar. É instantâneo. Me despeço correndo
de mim.
Não dou um minuto de trégua. O whatsapp é implacável. Aos prantos deixo um recado pra voz off e confesso o medo que tenho dela me abandonar um dia. Ela devolve letradona, jogadora de vôlei, dizendo que eu sou adorável e que nunca havia pensado nessa possibilidade para o meu caso, em específico.
Não sei o que aconteceu muito bem, mas sei que houve um momento em que eu caí pra sempre e nunca mais consegui voltar àquele outro jeito, diga-se de passagem, mais funcional.
Não ficou mais nada, nem uma casca. O mundo é quase que absorvido em tempo real, me atravessa, me extravasa. Eu preciso escrever, você vai me desculpar, só me restou isso: a palavra - que também pode significar a perturbação da paz ou quem sabe, com alguma sorte, um véu de letrinhas, uma malha, uma renda, uma proteção, naturalmente, adorável.
3 comentarios:
o redemoinho que vem junto com o erótico
não faz parecer barrar nenhum excesso
adivinha o que estou fazendo?
lis
As 7 a.m por aqui? Nem imagino rs
Escreve. Me conta.
escrevo.
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