Apresento-me incompatível com longas esperas. Romantismo já caiu de maduro por aqui. No entanto, ainda sofro, deveras. Agora advém do álcool boa altura. Prefiro mil vezes a febre das paixões avassaladoras: consumidas rápidas, enérgicas e honestas acerca do fim. Nada de longas esperas.
E ainda diria, principalmente no dia de hoje, que sou fanática por atalhos, não fosse a errância que ensaio antes de obtê-los, o que, obviamente, destituem-lhes a função - serem atalhos. A verdade é que sempre me perco no caminho de esperar e de tanto me perder aprendi a gostar disso que não é perda, mas caminho que se faz à revelia de mim numa direção que já não posso ignorar.
Atalhos são construções de caminhos mais curtos depreendidos do cansaço de longas viagens.
Atalhos são passagens.
Caminhei muito para conseguir esta de agora:
Nesse ato, meu trem atravessa um túnel longo, uma passagem subterrânea, que me tira do trânsito desses dias e me leva até você.
Fecho os olhos. Escuro esse túnel de dentro que agora me nutre sem la luchi
ana,
meu estado é centro de nada
o nada agora faz buraco em mim, mas vejo que não estou só:
ganhei um vazio do nada.
Eu digo: obrigada!
E ele: de nada! - confirmando remetente.
Engraçado aprender a esperar assim. Já te disse da diversão que é desenhar florezinhas, coraçõezinhos flechados e meu nome, meu nome, meu nome
- no bloco de anotações telefônicas -
sem me preocupar tanto com o que ele diz, mas só com a forma, com o desenho da letra
É possível?
Nesse ponto, você já até sabe, honey, Luchiana, disforme, a que não se conforma,
aprende a aprisionar rebeldia num corpo humano
num corpo de mulher
querendo vazar pelos poros, buracos, querendo crescer
Eis a menina-luz que inventei, Il
enquanto te espero
me faço
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