viernes, junio 11, 2010

A copa do mundo e eu


Sempre achei meio ridículo essa história de parar o mundo para ver um jogo de futebol, parar o trabalho, parar tudo o mais para ver algumas pernas correndo atrás de uma bola. Nunca, jamais entenderei o fascínio que isso causa. As pessoas parariam o mundo para ver um festival de jazz ou de dança ou de teatro ou de sei lá o quê? Fechariam os seus estabelecimentos, desmarcariam consultas médicas, deixaram de ganhar o pão de cada dia por qualquer outro motivo que não o de ver as tais pernas brincando com uma bola?

Nunca gostei de movimentos de massa. Confesso que durante muito tempo sem nem mesmo saber do que se tratava, se eu visse uma agitação excessiva de pessoas, já tinha certeza de que o foco daquele acúmulo necessariamente seria uma merda.

Se todas queriam brincar com a boneca Barbie, eu virava colecionadora de selos. Se todas queriam ver a Xuxa na televisão, eu concluía que televisão não devia prestar. A pobre da minha mãe lutava para me ajustar com roupas, enfeites, brinquedos, paetês e lantejoulas da moda das meninas da minha idade, mas eu preferia a minha moda, ridícula moda, mas minha.

O fato é que meu comportamento não só efetuava uma oposição, mas um desvio enorme da norma. Isso enlouquecia os ocupados de minha saúde física, mas sobretudo a saúde social e a mental.

No entanto, tenho começado a achar incrível que as pessoas queiram parar, mesmo que por um instante, de encher os bolsos de dinheiro, o tempo de trabalho, parar de encher o tempo de produção por qualquer motivo que seja (tá bom, eu sei, tem gente ganhando money nessa brincadeira, mas não o mulão)

Tenho assistido aos movimentos de massa sob esse aspecto achando tudo isso da maior importância.

Olhos brilhando para uma certa forma de me constituir em bando: fascinação por desviar o tempo da produção, preocupação em criar um tempo de não pensar tão direcionado...

Seguir num fluxo bom com o bando
Do bando alheia
Pra bandalheira.

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