Recomendo a vida.

Parecem esquecer que na fala humana, entre muitas outras coisas, o emissor é sempre ao mesmo tempo um receptor, que ouvimos o som de nossas próprias palavras. Podemos não dar atenção a isso, mas o certo é que ouvimos. J.L.

Para você, eu gostaria de dizer que eu não perco a fé no amor. E de que o entusiasmo tomará para sempre conta de renovar o ponto de paixão inicial, primeiro. Que é possível se apaixonar mil vezes pela mesma coisa, pessoa, pensamento e que o amor movimenta hoje a minha vida sim e me faz perder o sono, a voz, me faz tremer as mãos, as pernas como sempre foi e como sempre será. O amor me põe vulnerável, aberta, sem garantias, é no risco que eu desejo.
Por mais dura que possa ser a realidade, ainda assim é possível escreve-la em júbilo e poesia sempre sempre sempre. A seu tempo a poesia se escreverá, sem negar o destino da vida porque ele vem sempre e vem para todo mundo, para mim e para você também.
Dizer que viu isso, ouviu assado, percebeu tal coisa é de inteira responsabilidade daquele que os olhos quis lançar, os ouvidos quis escutar e a boca comer. Querer beijar a boca do mundo é de responsabilidade inteiramente sua. Querer partir também. Eu fico e fico feliz.
O conforto da observação apazigua o voyeurismo de uns, mas não o meu. Até gosto mesmo de ver, mas para fazer depois do meu jeito, para concordar ou não, para incrementar e até desprezar, quem sabe.
Mas não desprezemos o desprezível, porque hoje entendo que até isso faz parte do que se dá.
Para você, eu gostaria de dizer que hoje ele acordou ao meu lado e disse que me amava e que é nisso que eu acredito e é isso que me faz acordar e achar que tudo não só vale a pena, mas que é de uma beleza rara, sem fim