domingo, noviembre 30, 2008

sobre o que não tem nome

No restaurante um homem sugando com o auxílio de um canudo o suco que lhe restava fez com que eu despertasse e me desse conta de que eu não estava no hospital: foi um barulho de respirador o que eu ouvi de um senhor entubado, podia ser meu avô - Deus o tenha. Eu o tenho.
É estranho mudar de endereço, tipo já estive neste lugar antes e agora de um outro jeito: é mesmo outro endereço, outro lugar.
Meu avô que já não podia fazer muita coisa tinha sua barba devidamente aparada por mim e agradecia: "obrigada, sim, minha filha". Disso eu lembro com riqueza de detalhes, mas daquele endereço não. Volto ao lugar e não reconheço absolutamente nada. Disseram que o hospital foi reformado, que na época que meu avô internou o hospital era muito ruim e que agora melhorou. Eu concordo, aquela época era horrível porque o vovô dava mostras de debilidade. Tive medo de ficar frágil. Não de ser frágil, mas de me reconhecer assim(...)
O que eu ia dizer era que passei do barulho do tubo para o barulho do canudo no suco e de lá para o sugador de um dentista. Faz tempo que eu não vou ao dentista.
Sinto mal de escrever quando estou lendo pouco, no entanto, precisei de dizer dessa associação de sons, do barulho que pude escutar nessa tarde e que eu repito rindo com a boca grande como se não soubesse de onde vem, como se houvesse alguma graça e que faz o homem que me acompanha rir também. Ele pensa que ri do barulho esquisito que faço, eu penso que estou rindo do riso dele. Deus conserve assim.

1 comentario:

Ricardo León Peña-Villa dijo...

Hola Luciana, te respondo el mensaje que me dejaste en mi blog. Qué sorpresa que también seas Peña-Villa. Escribeme a mi e mail
manhattan101@hotmail.com

mucho gusto

Ricardo L. Peña-Villa