martes, mayo 11, 2010

amor fatti

Para Francisco de Assis Lima Filho,
com gratidão


Certa vez o outro apontou a belicosidade de meu texto.
Desculpe-me, outro, todas as vezes em que você se sentiu agredido por mim. Certamente eu estava a agredir Outro.
Supondo um interlocutor mega potente, vou depositando a minha guerra, escrevendo minha batalha interna, uma angústia sem fim.
Ainda tenho o recurso da escrita felizmente, com alguma sorte vou me separar do Outro através da pena que carrego no nome.
Agora todas querem ser apenas a Luciana P.
É muito difícil para mim ainda entender a pena que carrego. Eu achava que o fardo era só sofrer. Lembrar do amor fatti. Sobreviver. Aí entrava um irmão bonito, vistoso e inteligente que me ensinava sagacidade.
Mas lembrar também da importância de escrever o amor fatti de meu próprio punho.
Não nego o empurrão desse meu irmão. E empurrão vindo de irmão é sempre um saco. Mas nesse caso, acho bonito lembrar dele me dizendo: Luciana, amor fatti.
Hoje que eu sei um pouco do latim, já consigo entender que o amor seja lá direcionado ao que for não é tão bonito assim. Também entendo hoje que o amor é diferente da poesia, apesar de se encontrarem tantas e tantas vezes.
Surrupiando a pena do meu próprio nome vou escrever uma história bem menos triste. Vou transformar esse p num pau maior do mundo. Vou crescer nesse p, virar uma gigante, uma super, gente, uma super gente grande. A menina que eu tenho guardo aos que merecerem e vou saber reconhecer os que a merecerão. Caso contrário, tenho o meu p. bem grandão, tipo uma arma, minha pena metralha letra sem pena e subverte tudo o que eu considerar mal, indigno, superado ou até mesmo injusto, sem chance de resgate. Amor fatti.


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