domingo, julio 10, 2011

cidade alta

Visita guiada no palácio e o que eu mais gosto é painel de hilal. Subversões de discurso, subversões de sujeito: palavra plena. Requintes do poder: palavra vazia.
Perambulações: capoeira, passeia-se com animais domesticados, linha azul (- mar já veio até aqui, amor). O comércio é quente. Vende-se de tudo. Vende-se o mundo. Vende-se, de terno e oratória, até Deus. Os confortos de cada um, meu Deus. Prefiro painel de hilal. Prefiro minhas memórias passando no tempo também.
Na rua sete tenho medo de você saber de toda a simplicidade que porto, coração, então disfarço, embolo o texto, contorno a situação e você permanece. O álcool compõe bem também, mas passa.
Dose de realidade: mãe com filho no peito de um lado e copo de cerveja de outro. Cedo tá bebendo o fim. Porra de vida.
Prometo parar de fumar todos os dias. Escolho morrer de mentira, de invenção. Caminho esticando vida, assim. Tem gosto bom. Tem sido dessa maneira.
Você finge que me ama e, por isso, ama.
Caminho até a linha azul novamente. O vento me levanta a saia. Seguro seu olhar com sorriso. Você se diverte, até que gosta. Repito como se fosse a primeira vez e mais amorosa: "- mar já veio até aqui, amor"
e você, sem resistir, me leva pra casa.

1 comentario:

Elton Pinheiro dijo...

eu cito a cidade alta numa música que postei ontem. é uma cidade alta menos alta, mais carne, menos bela que o teu passeio pelos dizeres e pelo texto no entorno da catedral, quando o edifício marconi vê a tarde cair, e o hilal é a melhor notícia contemporânea. da janela da cel monjardim, da sala do edifício da casa paterna, eu olho também as vezes para o alto da cidade alta, mais alta, leve