Curiosamente aquela que a destituira, sabendo que a rival não suportava bem a destituição, também a fez mais forte.
Naquele tempo, ambas trabalhavam numa instituição de saúde irrelevante, de um estado igualmente irrelevante, situado num país menor.
É curioso pensar que entre os escravos latino-americanos houveram disputas tão ou mais cruéis do que a humilhação, sofrimento e mortificação executada por seus senhores.
O paralelo é mesmo pobre e irrelevante tanto quanto a realidade daquelas pessoas que ali se situavam. Seus trabalhadores, muitas vezes, eram mais doentes do que os internos da instituição. Isso talvez explique as intervenções mal enjambradas que realizavam.
Não é preciso lembrar que uma se adiantou a fazer o caminho que sua rival fatalmente faria anos depois e se horrorizou ao perceber que aquele ser, tão desprezado por ela, estava situado num lugar muito parecido, se não igual.
Sustentariam uma guerra invisível, secreta e silenciosa. Essa seria a razão de suas vidas. Se amavam de um amor impossível e para não se destruírem cultivavam uma distância ótima que as manteriam ligadas por mais tempo do que poderiam imaginar, que datava de muito antes de terem nascido.
Mas esse fato só seria revelado a uma delas. A mais leal.
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