martes, noviembre 08, 2016

Mais amor, por favor

Enquanto eu me calo frente à sorte de bobagens desses dias que a bored generation conduz fazendo a maioria do país crer que a vida se reduz à lado A lado B, você sofre um delete (enigmático até para mim, acredite) do seu companheiro militante. Eu te disse n vezes para você não se meter com política, vir para o meu lado e ler as coisas com um pouco de distanciamento, mas não adianta. Você é teimoso.

Fato é que enquanto você se consome com o eterno e sem jeito "xibombombom" brasileiro, um colega de ofício me vê como musa e confessa essa alucinação, publicamente. Você morreria de ciúme. Quanto à mim, corei. Não sou boa com público, você sabe, muito menos como musa. No desconserto da cena, a outra me pede para falar firme tal qual um macho. Revido, debochada, porque sou dessas: "Ora, quando finalmente aprendo a falar como mulher, me querem viril? Tenha dó!" Todos riram e eu morri de pena dela. Quando minha heroína japonesa aparece com 24 horas de fuso à minha frente, sobra farpa para tudo que é lado. Eu nem reparo mais os estragos que ela faz. Ato é ato.

(A verdade é que nunca me sonhei musa - à exceção daquela vez com Reinaldo aos quinze. Já te disse. Gosto dos meus óculos de grau e fico segura nas minhas calças jeans. Meu único propósito era vencer um voto de fracasso. Só isso. E agora, ao subir no pódio desses dias, me vejo sozinha, sem rumo, sem pai, nem mãe, órfã, sem amor, sem você. 

Uma vez foi o filme que você ia fazer na Rússia. De outra, a música que você estava gravando quando te importunei com a minha ligação. Por fim, a criança morrendo no seu plantão.)

Olho tonta para a platéia. Vertigem. Vou cair a qualquer momento. Estou desenvolvendo, me dizem, um não sei o quê muito bonito. Me poupem. 
Faço um silêncio daqueles. Forçada, devo admitir, porque sei que é na falta que o outro pode (me) desejar. Mas tudo o que eu queria era (te) falar sem fim. Alto, baixo, em preto e branco, sem filtro, de quatro, sentada, (...)

Um beijo só não vale. Sou do excesso, meu bem, devoro, quero tudo ao mesmo tempo. Negocio pouco porque dou tudo de mim, entenda. E se você conseguir, meu amor, por favor, não morra por conta dessa bestialidade política que ontem de manhã eu acordei e disse sim para a vida. 

Apareça. Estou livre em 2002 depois de assistir à aula de metodologia científica aplicada à psicologia. Em 2013 para um café tabaco. Diz para mim de novo aquela bobagem de 2007 que a festa só começa quando eu chegar...

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